Language teaching in the remote perspective
Language Teaching in the Remote Perspective
TEACHER MEDIATIONS USING DIGITAL EDUCATIONAL TECHNOLOGIES
Uma rápida busca no Google Acadêmico com os termos covid, pandemia, educação e Brasil, realizada em setembro de 2021, mostra aproximadamente 26.000 resultados, tamanha é a escala de investigações sobre as repercussões educacionais de uma das tragédias mais devastadoras da história recente. O fechamento de escolas e instituições de ensino superior imposto por medidas de bloqueio significava que países com enormes disparidades sociais sofreriam o impacto da transição para o ensino híbrido ou online. De fato, um relatório de 2021 da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) sobre a educação brasileira observa que a desigualdade, que já é uma das mais altas entre a OCDE e países parceiros, pode se aprofundar com a pandemia.
Muitas instituições em todo o mundo têm tentado diagnosticar e estimar as consequências de uma ausência prolongada das escolas sobre os resultados educacionais e as oportunidades futuras para os desfavorecidos. Pesquisa do Censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP mostrou que, no período de março de 2020 a fevereiro de 2021, o Brasil foi um dos países com maior tempo sem ensino presencial, principalmente no setor estadual. com média de 287 dias de aulas presenciais suspensas no setor estadual e 248 dias no setor privado. Como era de se esperar, as escolas particulares têm sido mais rápidas no retorno às aulas presenciais. Tanto as escolas estaduais quanto as municipais adotaram estratégias para lidar com os desafios de ministrar aulas remotamente.
Entre as estratégias preferidas estavam as reuniões virtuais para planejamento, coordenação e acompanhamento das atividades. O acesso gratuito ou subsidiado à internet foi adotado por apenas 15,9% das escolas estaduais e 2,2% das escolas municipais. Em relação ao apoio aos aprendizes, a estratégia preferida foi manter os canais de comunicação abertos (e-mail, telefone, redes sociais, aplicativos de mensagens), e a menos preferida foi relacionada à disponibilização de dispositivos (computadores, notebooks, celulares etc). Esses resultados sugerem que as estratégias voltadas para a manutenção das atividades educativas por meio do uso de tecnologias digitais com o pressuposto de que os dispositivos e a internet conexão seria facilmente disponível. No entanto, é importante destacar que houve conscientização sobre a falta de acesso, pois quase 100% das escolas estaduais e municipais disponibilizavam materiais impressos para serem retirados nas escolas ou entregues pelo correio.
A pandemia, portanto, levou as autoridades educacionais a pensar e agir rapidamente para tentar minimizar as perdas decorrentes do aprendizado mediado pela tecnologia (não necessariamente amplamente disponível) e sob forte estresse. Seu grau de sucesso provavelmente será mensurável apenas em breve, embora o prognóstico seja bastante pessimista (Engzel, Frey, Verhagen 2021). No entanto, a necessidade de uma rápida adaptação às novas circunstâncias oferecia também possibilidades de repensar o ensino e a aprendizagem.
De acordo com uma das primeiras publicações refletindo sobre a pandemia (Peters; Rizvi, 2020), intelectuais de diferentes partes do mundo viram a pandemia como uma oportunidade para “repensar não apenas as novas possibilidades digitais, online e pedagógicas, mas também os propósitos básicos da educação, e como uma visão renovada da educação pode ser aproveitada para desenvolver sociedades mais democráticas e justas” (p. 2). Enquanto as universidades, especialmente em países mais favorecidos economicamente, podem achar que isso é verdade, em outras partes do mundo há tantos desafios contínuos na incorporação de tecnologias digitais no ensino e aprendizagem que revisar os propósitos educacionais pode ter que esperar.
Para os professores de inglês, a transição para ambientes virtuais para oferecer oportunidades de aprendizado aos alunos significava que as habilidades comunicativas teriam que ser desenvolvidas remotamente e, em muitos casos, por meio de materiais impressos para serem retirados na escola ou entregues pelo correio. Após quase um ano e meio dessas experiências, várias publicações divulgaram os bastidores “nos bastidores” dessas iniciativas. Esta coleção é uma adição bem-vinda a este corpo de literatura que traz insights sobre o que funcionou (ou não) no ensino de línguas.
Embora várias capacidades possam ter sido desenvolvidas como resultado da migração para o ensino/aprendizagem à distância, especialmente aquelas relacionadas aos multiletramentos, as subjetividades também foram afetadas pela falta de proximidade física com colegas e professores. Tanto as interações síncronas quanto as assíncronas mediadas digitalmente podem não ter sido suficientes para criar o ethos de aprendizagem necessário.
Os capítulos do livro Language teaching in the remote perspective, publicado pela Vox Littera, apresentam questões importantes relacionadas com este período excepcional da nossa formação e que terão profundo impacto na forma como procedemos no ensino e aprendizagem de línguas híbridas e presenciais. As descrições e análises retratadas aqui oferecem instantâneos de como administradores, professores e alunos conseguiram navegar nesse território inexplorado da comunicação digital. Que suas lições nos inspirem a continuar experimentando e refletindo sobre as consequências de diferentes formas de mediação para sociedades mais inclusivas.
Londrina, 2021.
Telma Gimenez
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